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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Padeço de uma ridícula ansiedade

(imagem retirada daqui)

 

Não sei bem o que quero, mas sei que quero já!

 

Dizem que esta frase é um dos lemas das pessoas do signo carneiro. Não sei se é verdade, mas de facto é um dos meus lemas/defeitos/o que lhe quiserem chamar e sou do signo carneiro mas pode efetivamente ser pura coincidência. 

 

Sofro de um nível estúpido de ansiedade. Duma ansiedade dispensável - e não serão todas? - e que tantas vezes me tira o sono. Tenho um grave problema: quando coloco uma ideia na cabeça não descanso até concretizar. Seja uma mudança em casa, uma compra de algum produto, uma conversa, o que seja. E quando digo que não descanso é mesmo porque mentalmente não consigo deixar de pensar.

 

Ainda por estes dias não conseguia dormir porque queria colocar uns cortinados no quarto de arrumos. Simplesmente lembrei-me onde estavam os suportes para aplicar o varão e por mim levantava-me da cama naquele preciso momento - eram apenas 4 horas da manhã... - e ia aplicar os cortinados, mas depois lembrei-me que precisava de um escadote porque não chegava aos furos e comecei a enervar-me porque queria mesmo muito, às quatro da manhã colocar os cortinados num quarto que só serve para guardar a minha roupa... E serve também para estender roupa quando não dá para pôr lá fora, e ainda serve para, ter lá uma série de arcas de arrumos que não cabem em mais nenhum lugar da casa. Muito importante colocar os cortinados naquele dia, àquela hora, naquele preciso local, certo? Certo, para mim era e nessa noite não consegui dormir.

 

Em tempos cismei porque cismei que tinha de remodelar um móvel que serve de mesa de apoio aqui em casa. Fui de imediato ao chinês comprar vinil para aplicar. Enquanto fui passeei, vi mundo, arejei e a ânsia passou. Ainda hoje o vinil está fechado no seu invólucro algures na despensa e até já sobreviveu a uma mudança de casa. É assim. É só parvo.

 

Quando o Mulo me pergunta se tenho fome e eu fico a pensar se tenho e não tenho e decido que até tenho, ele tem pouco tempo até encontrar um local para comermos caso contrário fico rabugenta quase a roçar o insuportável. Até àquele momento eu não me tinha apercebido que tinha fome, mas de um momento para o outro essa passou a ser a minha prioridade. À custa disto, ele goza comigo, obviamente, e quando vamos sair de casa lá começa ele: "tens fome? Não tens fome? Então e agora? E agora, já tens fome?" [tudo de enfiada, sem pausas pelo meio] no meu estado normal eu rio-me com a situação, digo que ele está a exagerar e brinco com o que ele diz. Quando estou a viver a ansiedade de querer comer "já!" acreditem tenho tudo menos vontade de rir.

 

Se tenho um texto para escrever para o blog e não tenho como o escrever naquele momento começo a entrar em stress. Começo a dizer e a re-dizer mentalmente o texto para de alguma forma se entranhar na minha memória de passarinho. É só um texto. Às vezes nem é bom, e tantas vezes não passa dos rascunhos. Mas ainda assim... É mais forte que eu. Não é algo que eu consiga controlar.

 

Consequências disto? Se estiver na cama perco totalmente o sono, como se me invadisse uma dose enorme de adrenalina. Se estiver no trabalho perco a concentração. Se estiver sozinha como compulsivamente. Se estiver acompanhada torno-me mal humorada. Em suma: Nada bom! Nada bom! 

 

Agora imaginem quando tenho problemas graves, daqueles a sério, como quando andei em tribunal com o meu antigo patrão. Soubessem vocês as noites que passei em branco sem sono e no dia seguinte fresca que nem uma alface como se tivesse dormido mais de oito horas. É uma estranha adrenalina que se me injeta no corpo e me corrompe.

 

Depois passa e quando passa, eu volto a ser eu, novamente: paz, amor e calmaria. Felizmente este tipo de "ataques" têm diminuído a frequência, mas de quando em vez lá dão o ar da sua graça, sem terem graça alguma.

 

Não sei se há alguém desse lado que me compreenda, que saiba que merda é esta de ansiedade parva que me mói a alma, me faz acelerar o coração, roer os lábios, agitar o pé, bater com as unhas nas mesas e olhar para o relógio a cada 2 minutos. Não sei se alguém sabe o que é viver assim, nesta ânsia desesperada de precisar de algo "já", no "agora" no "momento". É cansativo. Posso garantir-vos que é muito cansativo. Mais do que cansativo... É desgastante.

2 comentários

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    Mula 24.01.2018

    Também sempre fiquei muito nervosa com apresentações de trabalhos e com testes, mas por acaso na altura acabava por me acalmar.

    Agora tenho de arranjar maneira de acabar com o resto da energia da cabeça para o dia-a-dia...
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    Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.