Tal como a criança necessita de cuidados, o animal também, e no caso de decidires adotar, deverás compreender a importância de a criança estar presente e ser activa aquando desses mesmos cuidados, de forma a criar uma determinada rotina com aquele animal, de modo a apurar o sentido de responsabilidade da criança, ainda que a participação desta aquando da higiene, da alimentação e mesmo das brincadeiras com o animal, deverá ser sempre orientada por um adulto, pois poderá sempre haver o risco de ser arranhada ou mordida, até os dois se habituarem um ao outro.
Através da responsabilidade que a criança cria ao cuidar do seu novo amigo, desenvolve a sua autonomia e afectividade, bem como sentimentos de alegria, frustração, respeito e lealdade. Está provado que uma criança que seja afectuosa com os seus animais será mais amistosa e sociável com os seus colegas e amigos, uma vez que aprende a esperar, a respeitar e a partilhar, no convívio com o outro.
Um outro ponto importante que deverás ter em conta, aquando da adopção, é que este não é eterno. E os pais deverão desde cedo explicar às crianças o ciclo natural da vida, mostrando que nem sempre as coisas são como desejamos e que por vezes perdemos quem amamos. Essencialmente quando falamos de peixes, pássaros e pequenos roedores, devido à sua curta longevidade. Por vezes acontece que os pais, por não saberem como o fazer, omitem a morte às crianças, omitem a verdade e a realidade e a experiência de perder um animal ou um amigo, nestes casos, poderá ser traumatizante, pois a criança não perceberá o que aconteceu. Por isso, da próxima vez que o teu filho te pedir um animal, aproveita para esclareceres alguns pontos fundamentais, como este.
Quando falamos de cães e gatos surgem outras dúvidas, nomeadamente ao nível das alergias, certo?
Relativamente às alergias, um estudo liderado pelo alemão Joachim Heinrich, que envolveu 9 mil crianças desde o nascimento até aos 6 anos permitiu verificar que as crianças que desde cedo coabitaram com cães e gatos eram menos susceptíveis de desenvolver doenças respiratórias, pois o contacto com esses animais aumentava as defesas do sistema imunitário contra as alergias. Esta situação deve-se ao facto de, através da convivência, os animais passarem às crianças endotoxinas de bactérias gram negativas, que estão presentes, por exemplo, na saliva dos cães e gatos, e o contacto com esses microrganismos fortalecer o sistema imunitário, criando uma espécie de vacina natural. Já as crianças que não contactam com esses animais de pêlo, não reconhecem os agentes responsáveis pelas alergias provocando assim essas reacções negativas.
Para finalizar, no caso de optares por oferecer à tua criança o animal que ela tanto deseja, não te esqueças das visitas regulares ao veterinário para garantir não só a saúde do animal, como a de toda a família.
E não te esqueças que adotar é um ato de amor!
See you*