Façam rufar os tambores...
... E tapem os ouvidos, pela vossa saúde mental e auditiva!
Brincadeira, que vou ser branda convosco, que ao contrário do que nutro pelos meus convidados de casamento, eu nutro por vocês um enorme respeito.
Lembram-se da surpresa que preparei para o Mulo? Pois muito bem, vou desvendar, mas de uma forma bastante decente, que o mundo ainda não está preparado para a verdade verdadeira, nua e crua.
Cantei a Manta para Dois dos Deolinda, cuja letra subscrevo totalmente. Houve até, imaginem só, quem chorasse... Mas acho que era de dor, pela maneira como eu assassinei a música... Ainda assim, acho que valeu pela intenção!
Manta para Dois
Às vezes és bruto
Rezingão, tosco, inculto
Um insensível, um ingrato, um ruim
Rude e casmurro
És teimoso como um burro
Mas, no fundo, és perfeito para mim
Ás vezes, também, eu tenho o meu feitio
E sei que levo tudo à minha frente
E por essas e por outras
Quase que nem damos conta
Das vezes que
Amuados
No sofá refastelados
Repartimos a manta sem incidentes
Às vezes és parvo
Gabarola, mal-criado
É preciso muita pachorra para ti!
Cromo, chico-esperto
Preguiçoso e incerto
Mas, é certo, que és perfeito para mim
Às vezes, também, sou curta de pavio
E respondo sempre a tudo muito a quente
E por essas e por outras
Quase que nem damos conta
Das vezes que
Amuados
No sofá refastelados
Repartimos a manta sem incidentes
Às vezes, concedo
Que admiro em segredo
Tudo aquilo que não cantei sobre ti
Mas o que em ti me fascina
Dava uma outra cantiga
Que teria uma três horas pra aí
Às vezes, também, sou dada ao desvario
Mas vem e passa tudo no repente
E por essas e por outras
Quase que nem damos conta
Das vezes que
Amuados
No sofá refastelados
Com os pés entrelaçados
E narizes encostados
Já os dois bem enrolados
Brutalmente apaixonados
Repartimos a manta sem incidentes