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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Diário de Bordo de Londres #Dia 1

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Como vos disse aqui, volto sempre onde já fui feliz, e eu sou muito feliz em Londres. Sou também uma pessoa muito cansada em Londres... Cansada e feliz, essencialmente. A única coisa de que não sou muito fã em todo este processo, é da viagem. Não sou fã do avião: chateia-me a hora de partida, do tempo que se tem de estar no aeroporto, das filas de embarque, dos lugares apertados, dos preços que se praticam a bordo e claro... Da própria viagem, que me deixa enjoada, "entupida" e rabugenta. Mas... Como tudo na vida, há sacrifícios que se têm de fazer, e Londres vale bem este sacrifício.

 

Bem, mas vamos ao que interessa, à viagem.

 

Partimos para Londres no Domingo de madrugada. Às 4h30 já estava a pé, empolgadíssima, de malas prontas e à espera que o Mulo se preparasse para irmos para o aeroporto.

 

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Começamos logo o "dia" a rir: Levantei-me às 3h e o Mulo: "onde vais?" e eu "preparar-me!" e ele "deita-te e dorme que ainda é cedo!" A verdade é que fiquei com a sensação de que ele me tinha dito para sairmos de casa antes das 4h, e afinal era só para sair por volta das 5h! Não que eu tenha dormido mais - que a excitação da viagem não me permitiu - mas ao menos descansei mais um pouco.

 

Para começarmos a viagem sem stress, decidimos comprar parque para os 4 dias, junto ao aeroporto, que nos ficou por 16€, no total. Compensa imenso, e permitiu-nos sair descansados de casa sem nos termos de preocupar com o estacionamento, nem pedir boleias a esta hora da manhã.

 

Descansados, às 06h35 já estávamos sentados na fila 20 de um Boeing 737 da Ryanair e levantamos voo a horas!

 

E às 09h...

 

Olá Stansted! Olá Londres!

 

Como já vos disse, foi a terceira vez que fui a Londres, e como tal fizemos questão de andar por sítios completamente diferentes das vezes anteriores. Não fomos por isso - choquem-se - ao Big Ben, nem ao London Eye, não passeamos por Trafalgar Square nem pelo Palácio de Buckingham. Até a saída do aeroporto foi diferente do habitual. Pela primeira vez tivemos de utilizar o comboio interno do aeroporto para sairmos do mesmo, o que é suficiente para nos deixar a dar pulinhos de alegria.

 

Para minimizar o risco de perda de transfer, tínhamos comprado apenas para o autocarro das 11h, mas dirigimo-nos para os transfers, e conseguimos apanhar o autocarro uma hora mais cedo do que o previsto. Por 5€ por pessoa, pela easyBus - operado pela National Express - fomos do aeroporto de Stansted até London Victoria numa viagem que demorou cerca de 1h20. Tivemos ainda direito a uma viagem mais turística e deu para ver alguns pontos de Londres sem andar a pé. Londres aos Domingos, é realmente calma e deserta, fiquei surpreendida com a ausência de trânsito.

 

A 10km do nosso destino inicial, passamos por Aberavon Road e encontramos este belo mural. Quem me conhece, sabe que adoro arte urbana, grafittis e afins, e por isso deliciei-me com este mural com alguns pontos de East End of London, como é o caso de Canary Wharf, Roman Road Market e Victoria Park (pena o beatle à frente...)

 

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E vimos pela primeira vez o exterior da Whitechapel Gallery que abriu portas em 1901 pelas mãos de Charles Harrison Townsend que se situa em Tower Hamlets. Conhecida por expor obras de arte contemporânea é também responsável por exibições que vão de encontro aos interesses da comunidade.

 

 

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Metros mais à frente, vimos uma situação deveras estranha. Estranha para nós, que não pareceu causar estranheza a mais ninguém que por lá passou...

 

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Uma cadeira de escritório caída num passeio junto a uma avenida é coisa para não causar estranheza aos ingleses que passavam apressados lá perto... Mas é, sem dúvida, motivo para me intrigar! Se alguém compreender o que por aqui se passou, é favor elucidar-me!

 

Mais uma viagem, mais uma voltinha e percebemos que estávamos a chegar ao nosso destino, quando vimos o atrevido London Eye a espreitar....

 

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Confesso que considero os subúrbios de Londres feios. Parecem abandonados, com bastante lixo e as casas são escuras e cheias de silvas... Mas o centro de Londres é dos centros mais lindos que eu já conheci, por isso é sempre uma alegria quando vemos a cidade a espreitar. E desde este ponto até ao nosso destino: London Victoria Station, foi um pulinho!

 

Chegamos finalmente ao destino, e foi hora de carregar os Oyster Cards para viajarmos à vontade em qualquer transporte e partirmos à descoberta dos pontos que trazíamos como referência.

 

Decidimos, assim, procurar o primeiro mercado que constava na nossa lista de novos locais. Já tínhamos visitado o Camden Market e o Convent Garden, mas não nos tínhamos aproximado do Borough Market, um dos mercados mais antigos de LondresTínhamos visto o mercado durante a viagem até Victoria, e achamos que iria ser muito fácil dar com ele, mas a verdade é que andamos quase 2 horas à volta, perdidos em Waterloo, a pé, à procura do estupor do mercado que teimava em esconder-se. Tínhamos errado no ponto de referência e teimamos - vá, o Mulo teimou, para ser mais precisa - em ir a pé, e não usar o metro - apesar de existir uma estação de metro mesmo pertinho do mercado. Duas horas passadas, lá encontramos o Tate Modern, e com ele, o Borough Market... Que para mal dos nossos pecados estava... FECHADO!

 

"Ó Mula, e tu não viste os horários em casa, para estruturares a viagem?" Podia tê-lo feito... Isso teria sido até bastante inteligente da minha parte, mas... Não, isso não aconteceu, e o mercado está fechado aos Domingos. Todavia é lindo na mesma e não nos importamos. Ficamos com vontade de regressar no dia seguinte... Nas entretanto percebemos que também não iria ser possível, porque também estaria fechado, como iremos ver no dia 2.

 

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(Vários pontos do mercado de Borough)

 

Apesar de fechado, andavam muitas pessoas pelo mercado e descobrimos uns minutos mais tarde que perto estava a decorrer um festival de Street Food, ainda equacionamos entrar para ver o que se comia por lá, mas a verdade é que somos um pouco esquisitos com a comida de rua, e como as entradas eram pagas, acabamos por não arriscar. Ainda assim, fomos experimentar pela primeira vez o Fish & Chips londrino e acabamos a comer no jardim da Southwark Cathedral que fica junto ao mercado. Gostei muito do fish & chips mas é demasiado gorduroso para o meu gosto. De futuro tenciono experimentar num restaurante e não numa barraquinha de rua a ver se o peixe vem mais seco. 

 

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Ao passo que íamos comendo... fomos ainda assistindo a um jogo de xadrez em tamanho XXL...

 

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Barriguinha cheia, e pés minimamente descansados, fomos explorar mais um pouco a zona e encontramos o The Golden Hinde junto ao Tamisa (e toda uma multidão que o rodeava).

 

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E as belas vistas para a margem norte do Rio Tamisa.

 

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(Centro financeiro de Londres)

 

E porque estávamos em modo caracol, e quase sem dormir, fomos para o hotel. Pela segunda vez, ficamos no easyHotel de East Croydon por 30€ noite - com casa de banho privativa -, que se situa a menos de 20km da London Bridge, mesmo juntinho à estação de comboios de East Croydon. Na pior das hipóteses - nos comboios que param em todas as estações - a viagem demora cerca de 40 minutos, mas como escolhemos sempre os comboios rápidos, nunca demoramos mais de 20 minutos no percurso hotel - cidade. Podem por isso perceber que é possível dormir em Londres sem estourar todo o orçamento.

 

Quando chegamos ao hotel, estávamos tão cansados que aterramos... Literalmente, na cama. E adormecemos durante umas 3 horas. Acordamos, e fomos explorar a cidade à noite. Fomos a uma das ruas mais movimentadas à noite - Oxford Street - e descobrimos uns hambúrgueres deliciosos, no restaurante de fast food Five Guys, tipicamente americano, com umas batatas cholesterol free fritas com casca em óleo de amendoim. Cinco palavras: DE-LI-CI-O-SO! Ele, para variar pediu um verdadeiro hambúrguer com três carnes e muito queijo. Eu, para não variar também, pedi um vegetariano com muiitos legumes e cogumelos. Disponibilizavam ainda gratuitamente e na quantidade que desejássemos amendoins e as bebidas eram de free refill, querem melhor? Custo total da refeição... 19£. Comer é, sem dúvida, a pior parte de Londres... Para além da alimentação deles se basear em fast food, os preços são bastante mais caros que em Portugal - pelo menos no Porto - ainda que as doses sejam sempre bastante generosas. Deliciem-se... e babem!

 

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E assim terminou o nosso primeiro dia na terra da rainha... Brevemente, novo episódio, fiquem atentos!

 

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.